terça-feira, 17 de setembro de 2013

Colcha de Olhares



COLCHA DE OLHARES - algumas palavras para se ver quando o assunto é observação


Ilustração de Mônica Carretero
Reli, da melhor maneira que pude, até onde meus olhos puderam alcançar,alguns textos e registros antigos - meus e de colegas coordenadores pedagógicos, para sistematizar minhas reflexões sobre o objeto de estudo “observação”. Objeto este tão caro à prática profissional do Coordenador Pedagógico.
Costumo dizer que a escrita é catártica: organizo meu pensamento escrevendo (bem mais que falando). 
Neste percurso, ficou explícito que o olhar de cada um contribuiu para que eu reelaborasse algumas questões sobre o conceito de observar. Identifiquei que é um “olhar curioso que amplia o do outro”. Constatei que “precisamos uns dos outros para enxergar melhor!” , pois realmente “sempre alguém vê o que você não viu ainda.” . Disso advém a importância da observação do coordenador pedagógico em relação à prática do professor. O ser humano enxerga uma faceta da situação; outras serão olhadas pelos parceiros que conquistamos ao longo do caminho. Fora que “cada olhar é resultado das diferentes vivências/experiências de vida e profissionais de cada um.”  “Nossos olhares vêm carregados daquilo que somos, da nossa história de vida, das nossas impressões e até pré conceitos...”
Por conseguinte, é imprescindível aprendermos a olhar para não deixar que certos aspectos sugestionem a direção deste olhar. Outro motivo importante para exercitarmos o olhar cuidadoso é o fato de que “nosso olhar às vezes realmente se cega para aquilo que já é costumeiro, a postura de investigação acaba adormecendo, se torna preguiçosa.”
Embora a neutralidade seja praticamente impossível, cabe ressaltar que a vigília para sairmos de nós mesmos e alcançarmos outras posições para realizar observações significativas e produtivas, capacita-nos a “sair da observação da fachada de uma casa, por exemplo, e ir adentrando a casa, conhecendo seus cômodos, sua organização, seus habitantes...” , desenhando um “movimento de olhar em camadas” 
Neste movimento temos a oportunidade de “construir um olhar sensível e pensante”. Quanto desafio há em desenvolver um olhar que ouve, sente, pensa, toca!
Ampliar o alcance do olhar! Outro desafio...mas nada que uma atitude de se revelar ao outro não possa ajudar a vencer. “Na ação de sermos olhados e aceitarmos as críticas é que superamos a insuficiência de nosso olhar interno, muitas vezes centrados em nossas antigas experiências, vendo apenas o que sabemos e o que entendemos.”
Estas foram minhas primeiras aproximações! Aproximações possibilitadas pelos diferentes olhares deitados sobre vivências compartilhadas com os vários profissionais que cruzaram meu caminho. Espero dar outros passos, pois certamente existe “algo maior refletido por trás de tudo isso.”

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