segunda-feira, 2 de setembro de 2013

"Os delírios verbais nos terapeutam". (Manoel de Barros)

Amo as duas coisas que unem os homens independente do quão distantes se encontram. Entendendo por distância não somente o espaço existente entre um referencial e outro, mas também a posição ocupada por cada um ou simples fato de jamais terem dividido anseios, aspirações, ideais.
A música transpõe limites, supera muros, oportuniza que falantes das mais variadas línguas se comuniquem pela vibração do ar.
A palavra materializa o pensamento, cria elos, constrói esquemas catárticos para superarmos qualquer fragilidade de pensamento. 
Tenho vivido uma adorável experiência de construção textual coletiva. Parece inocente, mas tenho a impressão que as palavras dançam na ponta de minha língua, num desejo único de ganharem palcos. Pulam obstinadas para as mãos, emergindo na ponta do lápis ou nas digitais que afagam o teclado do computador. Que delícia!!!!
Abaixo, um texto produzido a cinco pares de mãos e cinquenta dedos, sem reservas ou melindres....


"Passava as tardes a tricotar desculpas para deixar de viver. Até que um dia vestiu-se de pretextos e passou a tricotar razões para renascer, pois finalmente olhou para trás e pensou: por que afinal perdi tanto tempo assim?! Olhou para o chão em busca dos fragmentos de tempo, que escorrera por entre os dedos trêmulos e envelhecidos... olhou para frente e suspirou: ainda é tempo....
olhou para dentro... e agora entendia o que já dizia Clarice Lispector: "Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil"...
E ainda assim, ao se perder olhando para si, por um átimo de segundo - e não mais que isso - considerou que perder tempo (no amor) é como construir rosas de espumas: poesia que faz da perda uma canção de outras sempre vindouras criações.
Autores: Renata Frauendorf; Rosaura Soligo, Tatiana Santos, Demostenes Papayannaros e Thiago Ribeiro.

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