segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Dívidas impagáveis


O ser humano é sem dúvida uma bela, porém complexa, criação. 
Complexa porque insiste em ser inexplicável, além de complicar o que há de mais simples. Não que amar seja simples, mas inverter a ordem natural das coisas e criar critérios classificatórios e deterministas não me parecem atitudes promotoras de harmonia.
O ser humano tem a vergonhosa capacidade de adquirir dívidas de valor incalculável, pois os juros são infinitamente ofensivos e jamais suprirão as perdas, as dores, a humilhação aplicada àqueles que deveríamos chamar de "próximos".
Ao rever o filme O Pianista uma mistura de náusea, indignação e ódio (não deveria, mas não serei hipócrita) preencheu minha mente.
Quis chorar.
Pesquisei sobre o tema holocausto.
Li artigos.
Vã tentativa de entender porque fazer dívidas dessa dimensão. Não bastasse dizimar os povos das longínquas terras, acomodados em suas vidas e rotina. Não bastasse a prática da escravidão, em todas as suas facetas vis e bárbaras.  Não bastasse a hegemonia europeia domesticando os índios brasileiros e sustentando sua riqueza às custas de sangue africano. Não bastasse as cabeças sob as botas dos que se acham gigantes, quis o ser humano endividar-se com o holocausto.
Em pleno século XX, a dita sociedade civilizada, preferiu agonizar a consciência e manchar as mãos de vermelho, espalhando as marcas ao longo das paredes da alma. A troco de que? Poder? Dinheiro? Redenção? Páginas de enciclopédia? Lápides de mármore? Lamentável.... Ah ser humano, nem ao menos a perda de crédito abala sua gana pelo império. Ah ser humano....faço parte desse mundo e carrego a dor de não poder repor um centavo sequer do que foi retirado de meus semelhantes...





Caso alguém se interesse, as imagens foram retidas do site:

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