segunda-feira, 21 de outubro de 2013

É preciso falar o que queremos dizer!

(Afshin Pirhashemi)
Comunicação é o que salva o ser humano do isolamento ao mesmo tempo em que pode afastar os falantes que ocupam um mesmo espaço. Se não cuidarmos de potencializar um diálogo construído sobre a trama da diversidade conceitual, que compõe as entidades pensantes, seremos fadados ao silêncio barulhento e massacrante daqueles que falam e não se fazem ouvir.
Arranjar as palavras para que deem corpo ao pensamento, num processo instantâneo e coletivo, pode conjugar dizeres agregadores que nos confraternizam numa mesma comunidade. Ou não, pode levar ao recrudescimento da arte de se comunicar, encaminhando para posições radicais, dicotomizando pareceres entre aqueles que, pela natureza do lugar que ocupam, precisam comungar das mesmas palavras, ainda que concepções díspares caracterizem seu fazer enquanto personagens históricos.
A mesma frase que edifica uma proposta, tende a demolir estruturas construídas em bases pouco consistentes, fruto de um emaranhando de palavras divergentes emitidas por um time que acredita investir em ações que levam a bola a balançar a rede do gol.
Comunicar implica escolhas delicadas. Escolhas não só de palavras, mas de combinações e instrumentos. Escolhas que podem criar ou desconstruir.
Que a escolha não seja por descuido, mas por uma decisão emergente, cuja seta indicadora nos leve ao cerne do que queremos conquistar, seja isto, criar, recriar, até mesmo desconstruir. 
Que a escolha não seja inocente, mas prudente. Que provoque quem houve e lê a tirar suas próprias conclusões, mas que entenda onde o escritor ou falante desejou alcançar.
Que escolha nos convoque ao dialogismo produtivo, apagando o palavrório paralisador que ocupa nosso tempo precioso quando temos de discursar expressões do tipo "não foi bem isso que eu quis dizer", "você está colocando palavras na minha boca" ou "foi isso que eu disse, só que com outras palavras".
Já dizia o Velho Guerreiro: "quem não se comunica se estrumbica" e de "estrumbicação" estamos fartos!

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